A manifestação ou agravamento da insuficiência venosa aparece em cerca de 70% das gestações, uma vez que o sistema venoso sofre algumas alterações funcionais e estruturais, nomeadamente o relaxamento do músculo liso e das fibras de colagénio, e o aumento da progesterona e do estrogénio, que normalmente surgem no início do segundo trimestre.

O aparecimento da doença pode manifestar-se de duas formas: insuficiência venosa funcional (com sintomas como a dor, edema, sensação de peso e cansaço), e o síndrome varicoso, quando para além dos sintomas anteriores, observam-se alterações morfológicas e hemodinâmicas (veias subcutâneas ectasiadas, tortuosas e com insuficiência valvular).

Para além dos fatores anteriormente referidos, existem também outros que influenciam o sistema venoso na gravidez, como o aumento do volume sanguíneo circulante que aumenta mais de 30% devido às alterações no plasma, a redução na velocidade do fluxo venoso nos membros inferiores, o aumento de peso, a expansão do útero e a redução substancial da atividade física durante esse período de tempo, que leva a uma maior fragilidade muscular.

O tratamento para o alívio de sintomas e para prevenção de complicações inicia-se sempre com medidas comportamentais, que foram também abordadas no artigo anterior, com especial enfoque no facto de não ser indicado vestir roupa muito apertada na zona abdominal e nos membros inferiores de forma a não restringir o fluxo sanguíneo.

O tratamento médico mais comum consiste na utilização de meias de compressão, que devem ser vestidas sempre de manhã ao levantar, e retiradas à noite ao deitar, prescritas aos primeiros sinais de IV ou logo no início da gravidez caso já haja sintomas indicativos, bem como no período de seis semanas após o parto, apesar de na grande maioria dos casos a doença regredir nesta fase.